Janeiro Roxo: Conheça a Casa de Alice Tibiriçá, que oferece apoio social às pessoas com hanseníase

Janeiro Roxo: Conheça a Casa de Alice Tibiriçá, que oferece apoio social às pessoas com hanseníase

Serviço do Sefras realizou mais de 300 atendimentos para pessoas com hanseníase em 2022


São Paulo, janeiro de 2023 - Com o intuito de conscientizar a população acerca de uma doença que segue acometendo pessoas todos os anos, o janeiro roxo traz a oportunidade de mitigar os estigmas que cercam a hanseníase. Segundo dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (2022), entre os anos de 2016 e 2020 foram diagnosticados 155.359 novos casos no Brasil, segundo país no ranking mundial em número de casos - atrás apenas da Índia. Com maior incidência entre pessoas do sexo masculino (55,5% do total), o documento permite observar que a frequência é maior entre a população que se autodeclara parda (58,9%) e que as maiores proporções estão nas regiões Sul e Sudeste. Embora a luta seja constante e diária, o mês reserva ao menos duas oportunidades à visibilidade do tema: o Dia Mundial contra a Hanseníase (último domingo do mês) e o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase (31 de janeiro).

Afetando principalmente a pele, os nervos, a mucosa do trato respiratório e olhos, a doença infectocontagiosa tem alto potencial incapacitante, tendo em vista o poder de penetração do Mycobacterium leprae nas células nervosas. Comumente identificada por lesões na pele (como manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, ressecamento e perda de sensibilidade local), a hanseníase é contagiosa e pode apresentar múltiplas manifestações clínicas. Sua transmissão ocorre pelo contato próximo e contínuo com pacientes não tratados. O intervalo entre contágio e o surgimento dos primeiros sintomas costuma ser de 2 a 5 anos, mas existem casos em que a doença se manifesta em poucos meses ou até 10 anos depois. Atrelada às vulnerabilidades sociais, é importante alertar que há cura e o tratamento é garantido pelo Sistema Único de Saúde. Para além do SUS, existem organizações como o Sefras - Ação Social Franciscana, que possui ações voltadas para este público e, em 2022, realizou mais de 300 atendimentos.

Desde que assumiu a Casa de Alice Tibiriçá no final de 2019, a instituição se pauta pelo combate e eliminação da doença no país, dentro da perspectiva franciscana de solidariedade e compromisso com os menos favorecidos. “Temos uma atuação muito forte que envolve, escuta, cuidado, defesa e apoio social, além da conscientização e promoção dos direitos humanos e da luta por políticas públicas de saúde voltadas para esta população. É muito importante reforçarmos essa discussão em janeiro com o intuito de fortalecê-la ao longo de todo o ano. Só o conhecimento pode minimizar os impactos negativos da doença. Enquanto muitos acreditam na erradicação (em função da troca de nome), há quem também não saiba que essa é uma doença curável e que, assim como em outras patologias, o diagnóstico precoce associado ao tratamento adequado pode evitar deformidades nas mãos e pés e, casos mais graves, a cegueira”, pontua o Frei José Francisco, diretor presidente do Sefras.

A Casa de Alice Tibiriçá fica localizada no Ipiranga/SP (R. Bom Pastor, 1914), onde as pessoas podem ter acesso a informações sobre a hanseníase, atendimento e acompanhamento social com articulação para a rede de políticas públicas, além de receberem apoio com cestas básicas.

Sobre o SEFRAS - Ação Social Franciscana: O SEFRAS é uma organização humanitária que luta todos os dias no combate à fome, a violações de direitos e inserção econômica e social de populações extremamente vulneráveis: pessoas em situação de rua, crianças pobres, imigrantes e refugiados, idosos sozinhos e pessoas acometidas pela hanseníase. Guiados pelos valores franciscanos de Acolher, Cuidar e Defender, atende mais de 4 mil pessoas todos os dias no Brasil. Seus serviços diários promovem apoio social e jurídico para população em situação de rua, acolhimento e inclusão social de imigrantes, contraturno escolar para crianças e adolescentes, convivência e proteção de idosos, além de ações de defesa dos direitos e melhoria de políticas públicas voltadas a esses grupos.
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