Em meio a crise do catolicismo na Nicarágua, igreja diz que padre foi preso

Em meio a crise do catolicismo na Nicarágua, igreja diz que padre foi preso

Bispo também foi detido após criticar o presidente do país, Daniel Ortega


Bispo também foi detido após criticar o presidente do país, Daniel Ortega
A Igreja Católica da Nicarágua afirmou que o padre Oscar Benavidez foi preso em meio as tensões com o governo de Daniel Ortega, de 76 anos. O bispo Rolando Álvares também está em prisão domiciliar e é investigado por "conspiração" por se posicionar contra o presidente. Autoridades já haviam cortado a transmissão de sete rádios católicas e proibido procissões religiosas.
A Diocese de Siuna informou que desconhece as razões que causaram a prisão do sacerdote. O não-governamental Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) condenou no Twitter a "detenção arbitrária" do padre Benavidez, que "segundo informações foi retirado de seu veículo e levado em patrulha para um destino desconhecido". A polícia local não confirmou a prisão ainda.




A prisão do religioso se soma às denúncias de outros dois padres da zona rural de Matagalpa que foram impedidos pela polícia de participar das procissões no fim de semana. O padre do município de Terrabona, Aníbal Manzanares, disse aos jornalistas que na 6ª feira (12.ago) recebeu da polícia a proibição de promover "procissões e atividades fora da igreja", enquanto o padre Fernando Calero, do município de Rancho Grande, foi impedido de viajar no domingo para a cidade de Matagalpa para assistir a uma missa.


Esta não é a primeira vez que o governo reage às críticas. Em 2018, a sede do jornal Confidencial, liderado pelo jornalista Carlos Fernando Chamorro, considerado um dos críticos mais destacados de Ortega foi invadida. Ao longo de 2021, as autoridades prenderam sete potenciais candidatos presidenciais para as eleições de novembro daquele ano.


Uma reforma da previdência social em 2018 desencadeou protestos apoiados por empresários, líderes católicos e outros setores. A resposta do governo foi uma repressão das forças de segurança e milícias civis aliadas, em que pelo menos 355 pessoas foram mortas, cerca de 2 mil feridas e 1.600 presas, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.


Meses antes da votação do ano passado, uma pesquisa mostrou que o apoio a cinco candidatos da oposição colocava a reeleição de Ortega em dúvida. Dentro de semanas, todos os cinco foram presos, com outros dois potenciais candidatos. As autoridades os acusaram de ter responsabilidade sobre os protestos de 2018, dizendo ser equivalente a uma tentativa de "golpe terrorista" supostamente apoiada pelos Estados Unidos.


* Com informações da Associated Press
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