“Eu soube desde o primeiro momento, desde que ele me ligou para falar do sumiço de Júlia. Ele nunca prestou”. A declaração da bisavó da adolescente Júlia dos Anjos Brandão, de 12 anos, ocorreu após o anúncio da prisão do padrasto da menina, Francisco Lopes, nessa terça (12). Ele confessou ter matado a enteada por asfixia na madrugada da última quinta-feira (7) e jogado o corpo em um poço próximo à Praia do Sol. O cadáver encontrado no local passa por exame de DNA e sexológico.
À TV Correio, a bisavó de Júlia, dona Josefa, falou que desconfiava da conduta de Francisco. Abalada, a idosa contou que chegou a flagrar o suspeito na porta do banheiro em que a adolescente tomava banho, na tentativa de observá-la. Francisco teria disfarçado ao perceber a presença da idosa.
Ainda conforme a bisavó de Júlia, Francisco Lopes demonstrava ciúmes da enteada. “Ele estava proibindo a menina de se maquiar, de ir na minha casa. Ele tinha ciúme. Quando eu falava, diziam que eu maldava”, disse.
Dona Josefa relatou também que passou o dia com Júlia em 6 de abril, véspera do desaparecimento da menina. “Júlia contou que tinha algo estranho acontecendo na casa dela, que a chave do quarto dela tinha sumido. Ela falou que precisava me dizer uma coisa, mas não deu tempo porque ele [Francisco] chegou para buscá-la”.
Para a bisavó da adolescente, Francisco Lopes nunca foi de confiança. “Eu disse a minha neta quando ela foi me mostrar ele. Ninguém acreditou em mim”, lamentou.