Baia da Traição: Mais uma etapa da recuperação do Rio Sinimbú aconteceu nesta manhã de sábado

Baia da Traição: Mais uma etapa da recuperação do Rio Sinimbú aconteceu nesta manhã de sábado

O projeto de Abertura do Rio Sinimbú tem previsão de acontecer todos os sábados, até o começo do período chuvoso no estado da Paraíba.


O dia começou cedo nesta manhã de sábado (25/09) na Aldeia Alto do Tambá. O Projeto Abertura do Rio Sinimbú é idealizado por alguns membros da comunidade para realizar a recuperação do Rio, no qual sofre com assoreamento e degradação ambiental. O objetivo é que as atividades de abertura durem até março de 2022 - até o início do período chuvoso na Paraíba.


O Projeto Abertura do Rio Sinimbú começou em fevereiro deste ano (2021) e foi interrompido por conta do período das chuvas no estado da Paraíba. Nesta manhã de sábado, tivemos a retomada da ação com doze homens envolvidos na equipe: Fernando, Poran, Bruno, Jefferson (negão), Gessé, Raidson (Rá), Ismael (Neguinho), Guru, Cedinha (Francisco), Ivson, Mateus e Ailton.


O Povo Potiguara sempre viveu às margens do Rio Sinimbú. Há muitos séculos, neste mesmo rio ocorria uma limpeza periódica e frequente. Atualmente, essas questões mudaram um pouco, por conta do assoreamento, da compactação do solo, remoção da vegetação natural do Rio e falta do uso social, com isso o Rio foi fechando seu canal.


Um dos mais velhos do grupo, Cedinha Potiguara, agricultor, 62 anos, no qual nadou, brincou e trabalhou no Rio Sinimbú, atualmente encontra o mesmo muito diferente de sua juventude. "A gente trabalhava na beira do rio e a gente mesmo fazia a limpeza, então como tinha uma turma que trabalhava do lado de cá, uma outra trabalhava do lado de lá. Tudo fazia essa limpeza. Hoje não. O rio enlargueceu, a gente precisa trabalhar, não consegue e fica cheio d'água", conclui.


Também tivemos presença de um dos integrantes da equipe da Escola Maria das Dores Borges, o vigia Ismael Potiguara, mais popularmente conhecido como Neguinho. Neguinho faz questão de participar e se envolver no projeto. "Tamo aqui com uma turma com amor e carinho do nosso rio que está morrendo. Pra mim significa uma busca de conhecimento pro nosso rio". Para ele, o legado vai para às futuras crianças que cuidarão do Rio Sinimbú. "Quero dizer para nossos alunos que eles sejam presentes na nossa natureza e meio ambiente, e que é dele que a gente precisa. Poucas pessoas estão vendo isso", ressalta o vigia.


Durante a ação, Ailton Potiguara, 53 anos, coordenador-pedagógico, ressaltou o quanto o trabalho de recuperar o Rio é incansável. "São poucos que tem essa força de vontade para trabalhar no voluntariado como estamos aqui". E ainda conta como era o Rio antigamente. "Essa levada que vocês estão (galeria) vendo aqui, ela era sinuosa, ela era cheia de curvas. Era uma dinâmica que depende somente da própria natureza, mesmo que esse trabalho exista, dificilmente voltará a ser o que era antes", lamenta o mesmo.


E não só de seriedade se leva a vida. Durante a ação de limpeza foi encontrado um Covo Potiguara no Rio Aterro - afluente do Sinimbú - e que foi motivo de muitas descontrações durante a ação nesta manhã. Gessé Potiguara, professor, explicou o que é o Covo Potiguara para quem não conhece. Assista o vídeo abaixo:
Fonte: Escrito por: Fernanda Soraggi -


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